A linha tênue que separa a glória e o fracasso
- João Pedro Zettermann
- 25 de mai. de 2016
- 2 min de leitura

A temporada 2015/2016 foi um misto de emoções para o Borussia Dortmund. Se no início a expectativa era por melhorar os desempenhos fracos do ano anterior, o final deixou um gosto amargo para o torcedor aurinegro. Lógico que o principal objetivo, que era a vaga para a Uefa Champions League, foi atingido com louvor, mas a expectativa criada pela equipe do técnico Thomas Tuchel fez esta conquista parecer pequena demais.
A saída de Jurgen Klopp deixou o Dortmund rodeado de incertezas. O time que em 2013 flertou com o título da Uefa Champions League vinha de uma temporada onde conquistou uma vaga para a Liga Europa apenas na última rodada da Bundesliga. Thomas Tuchel chegou e, com a mesma base, praticou uma revolução na forma de jogo do BVB.
Baseado em muita velocidade, troca de passes e imposição, o Dortmund fez um campeonato alemão espetacular. Conquistou 78 pontos, uma das melhores campanhas da história do clube. A disputa pelo título foi até a penúltima rodada, mas o clube ficou com o vice.
Na Liga Europa a disputa começou ainda nos playoffs. Com vitórias tranquilas contra Wolfsberger e Odds, o BVB passou para a fase de grupos, onde ficou em um grupo fácil. Krasnodar, Qabala e Paok não ofereceram muitos riscos e nem dificuldades para o time de Dortmund avançar.
Na primeira fase eliminatória e nas oitavas, Porto e Tottenham pareciam rivais complicados no papel, mas na lógica foram o inverso disso. Com 4 vitórias, o BVB passou para as quartas como o grande favorito ao título.
Jogando um futebol de alto nível e invicto em 2016, o Dortmund pegaria o Liverpool. Em um Signal Iduna Park lotado, os aurinegros não foram bem e empataram por 1 a 1. A decisão em Anfield começou com um Borussia arrasador, fazendo dois gols em nove minutos. Origi descontou para o Liverpool, mas Reus fez o terceiro e pareceu decretar a classificação da equipe alemã.
Mas o futebol é realmente uma coisa ingrata e sem explicação. Vencendo por 3 a 1 e com o empate a favor, o Dortmund conseguiu levar uma virada em 25 minutos, vendo o sonho do título europeu ruir e escapar entre os dedos. A caminhada rumo a glória foi interrompida por um fracasso retumbante.
Com a eliminação, a Copa da Alemanha virou a grande obsessão. Após eliminar Chemnitzer, Paderborn, Augsburg, Stuttgart e Hertha Berlin, o Dortmund chegou a final contra o Bayern. E fez um partidaço. Guerreiro, vibrante e intenso, o Borussia jogou no limite e fez tudo o que podia. Teve chances, flertou com a glória e acabou castigado com uma derrota cruel nas penalidades máximas. A linha glória/fracasso novamente derrubou o BVB para o lado derrotado da história.
A temporada teve um time competitivo e jogando muito futebol. Uma equipe treinada por um ótimo Thomas Tuchel e que tem uma margem de crescimento impressionante. Infelizmente, ela será lembrada por ter fracassado no momento decisivo. O futebol é realmente muito ingrato.
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